O município do Rio de Janeiro anunciou nesta segunda-feira que enterrou o polêmico projeto, notadamente de ambientalistas, de construir o circuito de F1 que substituiria o circuito de Interlagos, em São Paulo, onde acontece o Grande Prêmio do Brasil.
O projeto gerou polêmica por envolver o nivelamento de 160 hectares de floresta tropical, ou aproximadamente 180 mil árvores, na região oeste do Rio, próximo ao Parque Olímpico de Deodoro, que sediou as provas de canoagem slalom e BMX dos Jogos Olímpicos de 2016.
Em dezembro passado, a F1 estendeu o contrato com Interlagos até 2025. O novo prefeito do Rio, Eduardo Paes, que assumiu no dia 1º de janeiro, sepultou o projeto que estava no coração de seu antecessor Marcelo Crivella e do presidente Jair Bolsonaro.
Na sexta-feira passada, a prefeitura pediu à Enya, órgão público de proteção ambiental do estado do Rio, “que classifique os procedimentos de licenciamento para a construção do Rio International Raceway na Floresta de Kampota”, segundo um documento de conteúdo confirmado à AFP segunda-feira por um funcionário do município.
“Temos que restaurar o espaço verde, e não destruí-lo”, explica a prefeitura, que quer criar uma área protegida imediatamente.
O Inea já deu parecer desfavorável à construção de um autódromo neste local.
A vasta Floresta de Camboata “abriga 146 espécies de plantas, das quais 14 estão em extinção, 150 espécies de aves e 19 de mamíferos”, segundo documento do ministro do Meio Ambiente do município, Eduardo Cavalier.
O grupo Rio Motorsports, vencedor do projeto em maio de 2019, aguardava a licença ambiental. Jair Bolsonaro confirmou na ocasião que o Grande Prêmio do Brasil seria disputado no Rio em 2020.
Seu rival político, o governador do estado de São Paulo, João Doria, anunciou em novembro que o GP do Brasil de F1 seria disputado em Interlagos até 2025.
Em outubro, o seis vezes campeão mundial Lewis Hamilton, um ambientalista convicto, disse que era contra os planos de construir uma nova pista no Rio.