A cidade de São Paulo, capital econômica do Brasil e maior cidade da América Latina, foi afetada na terça-feira por uma greve nos transportes que começou em protesto contra o programa de privatizações implementado pelo governo conservador neste estado.
Os sindicatos do metro e dos ferroviários apelaram a que este movimento social denuncie o projecto de lei submetido ao legislativo estadual, que quer privatizar a Empresa Estadual de Tratamento de Água (SABSB) e abrir o sector privado ao sector privado.
Esta é a terceira greve dos transportes este ano na grande cidade de São Paulo, que tem uma população de 11,4 milhões de habitantes.
Esse confronto tem ressonância nacional pelo peso econômico da região paulista, mas também porque o governador Tarcísio de Freitas, eleito em outubro de 2022, é um dos homens fortes da direita brasileira.
Ministro da Infraestrutura do presidente de extrema direita Jair Bolsonaro (2019-2022), ele é regularmente citado como candidato presidencial para as próximas eleições em 2026, das quais Bolsonaro será desqualificado, e em junho será condenado a oito anos de desqualificação.
Os distúrbios ocorridos na terça-feira afetaram total ou parcialmente muitas linhas de metrô e trem, enquanto o transporte do setor privado opera normalmente.
Os ônibus que circulavam estavam lotados até a explosão de terça-feira. O cabeleireiro Richard Benkoff (30 anos) disse à AFP: “É um pesadelo! Estou andando pelas ruas desde as cinco da manhã procurando um ônibus para ir trabalhar”.
O governador alertou: “As operações de privatização não vão parar e não vale a pena fazer greve. Vamos continuar porque prometemos”.
O Sr. Freitas observou que o governo regional alertou oficialmente os trabalhadores dos transportes sobre possíveis penalidades pelo não cumprimento do serviço mínimo, com base numa decisão judicial.