A missão de observação disse sexta-feira que o segundo turno da eleição presidencial do Peru, entre Keiko Fujimori e Pedro Castillo, foi um “processo eleitoral positivo”, no qual não foram detectadas “irregularidades graves”.
A missão de observação eleitoral da Organização dos Estados Americanos (OEA) disse na sexta-feira, 11 de junho, que não percebeu “graves irregularidades” na eleição presidencial do Peru, que foi qualificada como “positiva”, enquanto as autoridades realizavam um exame do conflito de dezenas de milhares de votos do candidato populista de direita Keiko Fujimori, onde perdeu 60.000 votos na última contagem.
“A missão não descobriu irregularidades graves”, observa o relatório inicial da missão, que acolhe “um processo eleitoral positivo, no qual foram registradas melhorias substanciais entre o primeiro e o segundo turnos”.
Na ausência de um resultado oficial, a tensão está aumentando no país andino, cinco dias depois do segundo turno, e o presidente interino, Francisco Sagaste, lançou na sexta-feira um apelo por “calma” para os jogadores dos dois lados.
Período “complicado e difícil”
Francisco Sagaste, que completará o mandato em 28 de julho, disse que o país, conhecido pela instabilidade institucional e aguardando o quinto presidente em três anos, vive um período “polarizado, complexo e difícil”.
Na contagem final na sexta-feira, o candidato da esquerda radical, Pedro Castillo, 51, ainda liderava com 50,17% dos votos, em comparação com os 49,83% de Fujimori, uma diferença de cerca de 60.000 votos.
Mas este último se opõe a esse avanço e pediu, na quarta-feira, a anulação de cerca de 200 mil boletins de voto de 802 assembleias de voto. Denunciou “violações”, “evidências de fraude” e “a clara intenção de subverter a vontade do povo”.
O chefe do júri eleitoral nacional, Jorge Luis Salas, disse que ficou surpreso com a afirmação de Fujimori de invalidar os resultados em mais de 800 assembleias de voto. Ele observou que durante as últimas eleições de 2016, nas quais ela perdeu cerca de 40.000 votos, “apenas 29 assembleias de voto foram questionadas”.
A revisão do prospecto pela JNE deve levar vários dias.
Os torcedores de ambos os lados ainda estavam em guarda, esperando um desfecho feliz para seu herói, e se reuniram, sem incidentes, em pontos separados na capital.
Um aviso de líderes indígenas تحذير
No entanto, representantes das comunidades indígenas avisaram que, se necessário, marchariam até Lima para defender seus votos em Castillo, depois que Fujimori pediu a anulação dos resultados de 802 assembleias de voto rurais.
A derrota privaria a líder do popular partido Forza, fundado por seu pai, o ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000), da imunidade presidencial quando novas ameaças de prisão forem recebidas contra ela.
No início de março, ele foi condenado a cumprir trinta anos de prisão como parte da investigação do escândalo da Odebrecht, batizado em homenagem ao gigante da construção civil brasileiro que admitiu ter pago propina a vários líderes latino-americanos.
O procurador encarregado do caso, José Domingo Pérez, exigiu quinta-feira a revogação da liberdade condicional de que goza a candidata desde maio de 2020, acusando-a de não respeitar as “restrições à comunicação com testemunhas” do caso.
Keiko Fujimori, 46, já passou 16 meses em prisão preventiva no caso de financiamento ilegal de suas campanhas presidenciais anteriores.
Mas ela ressaltou quinta-feira: “Não há medo de que (o pedido) essa prisão preventiva seja atendida.”
Pedro Castillo, que espera causar mais um revés ao adversário na segunda volta após 2011 e 2016, apelou aos adeptos para “não se deixarem levar pela provocação”.
A professora de um município rural e sindicalista já registrou as felicitações dos presidentes argentino e boliviano Alberto Fernandez e Luis Arce, da vice-presidente da Nicarágua, Rosario Murillo, além dos dois ex-líderes de esquerda, os brasileiros Dilma Rousseff e Luiz. Inácio Lula da Silva, o equatoriano Rafael Correa e o boliviano Evo Morales.
Parabéns que, na ausência de um resultado oficial, irritou o governo peruano, que “entregou uma nota de protesto aos embaixadores dos países interessados”, segundo nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores do Peru.
com AFP