O tango foi inventado em meados do século XIX por africanos, ex-escravos negros, que foram então apagados da história nacional da Argentina. Antes de se tornar, através dos bordéis de Buenos Aires e dos salões parisienses, a forma mais sofisticada de caminhar, o Tango foi antes de tudo música de rua, folk e festiva. Através deste documentário, com elementos de prova, Dom Pedro explora em profundidade as suas verdadeiras raízes.
Tudo começou com o caso Rumba, depois o encontro de dois homens igualmente apaixonados, Dom Pedro e Juan Carlos Cáceres em 2003. Juan Carlos Cáceres, então pianista, trombonista e pintor argentino, matou uma obra colossal de quase 30 anos para demonstrar a contribuição das culturas africanas para a criação da dança do tango.
O filme de 2013, que estreou na UNESCO, revela a profundidade da pegada africana nesta música, através deste rico filme que combina intervenções musicais e entrevistas com muitos amantes do tango, entre a América Latina e a Europa.
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O filme começa com um lembrete sangrento: cerca de 12 milhões de pessoas foram deportadas para a América Latina, muitas delas para o Brasil, mas também havia o Río de la Plata entre a Argentina e o Uruguai. Embora a imagem da Argentina hoje seja totalmente “branca”, muitos afrodescendentes estiveram neste país a ponto de se tornarem homens livres, e até aristocratas. Depois, desapareceram à medida que as grandes cidades se desenvolveram, e a grande maioria delas foram mortas durante a Guerra da Independência Argentina, para a qual muito contribuíram.
No entanto, eles ainda estão presentes hoje, na região do Paraná, São Miguel.
Este filme glorifica, questiona e convida ao debate: Por que essa ignorância? Se as contribuições externas desta música são reconhecidas, por que não é o caso da África?
Um filme a ser descoberto ou redescoberto sem mais delongas e Peça online
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