A taxa de desemprego voltou a diminuir no Brasil, caindo para 8,5% no trimestre fevereiro-abril, o nível mais baixo para este período do ano desde 2015, segundo dados oficiais publicados na quarta-feira. Esta diminuição põe fim a uma série de três aumentos consecutivos desta taxa calculada trimestralmente. A taxa de crescimento atingiu 8,8% no período de janeiro a março.
Segundo o instituto brasileiro de estatística IBGE, de fevereiro até o final de abril, 9,1 milhões de pessoas ainda procuravam trabalho no Brasil, 2,3 milhões a menos que no mesmo período do ano passado, quando a taxa de desemprego atingiu 10,5%. A analista do IBGE Alessandra Brito explicou em nota que o trimestre fevereiro-abril foi “Geralmente é caracterizado por um aumento sazonal do desemprego, o que não aconteceu este ano“.
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Condições de trabalho extremamente arriscadas
Esta descida das taxas de desemprego é uma boa notícia para o presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva, que regressou ao poder para um terceiro mandato desde Janeiro, tendo já governado o país de 2003 a 2010. No entanto, o Instituto Internacional para a Igualdade de Género aponta que é 38,9% do PIB total do país. A população trabalhadora brasileira trabalha na economia informal, na maioria das vezes sem contrato de trabalho e em condições precárias.
Lula tem enfatizado repetidamente a possibilidade de criar mais empregos se o banco central do Brasil reduzir a sua taxa básica de juros, que atualmente é de 13,75%, uma das mais altas do mundo. A taxa diretora é uma das principais ferramentas no combate à inflação, que diminuiu significativamente nos últimos meses.
“Não podemos viver num país onde a taxa de juro diretora não afeta a inflação, mas sim o desemprego“, anunciou Lula no início de maio, ressaltando que juros elevados encarecem o crédito e retardam o crescimento.