YouTube fazendo trabalhos domésticos. A plataforma americana anunciou, nesta quarta-feira, que retirou vários vídeos do canal Jair Bolsonaro, nos quais o presidente brasileiro compartilhava informações falsas sobre o vírus Covid-19.
“Após consideração cuidadosa, removemos vídeos do canal de Jair Bolsonaro por violar nossas políticas de desinformação médica COVID-19”, disse o YouTube em um comunicado, sem especificar o número de vídeos retirados. São 15 de acordo com a mídia brasileira.
E a famosa plataforma para entrar nos detalhes do que o presidente brasileiro acusa de extrema direita. “Nossas regras não permitem conteúdo indicando que a hidroxicloroquina e / ou ivermectina é eficaz no tratamento ou prevenção de Covid-19, sugerindo que há uma cura para a doença ou dizendo que as máscaras não funcionam para prevenir a propagação do vírus.”
O presidente está sob críticas crescentes
Desde o início da pandemia, Jair Bolsonaro continuou a multiplicar afirmações falsas sobre o coronavírus. Por exemplo, um ex-capitão do exército comparou o vírus a uma “grippette”, elogiou os méritos de tratamentos polêmicos – como a hidroxicloroquina, ardorosamente defendida pelo professor Didier Raoult na França – e se opôs à máscara do porteiro, questionando a eficácia das vacinas. Ele está sob ataque no Brasil por lidar com a pandemia, que matou cerca de 550.000 pessoas, tornando-o o segundo país mais enlutado do planeta (depois dos Estados Unidos).
O YouTube explicou que tomou a decisão sem levar em conta o “produtor de conteúdo” ou sua “ideologia política”. Ela já havia retirado 12 vídeos do canal do presidente brasileiro em maio, e outros 5 vídeos em abril pelos mesmos motivos.
No ano passado, foram o Twitter e o Facebook que apagaram os vídeos postados pelo mesmo Jair Bolsonaro, por violação de seus termos de uso, após declarações sobre a Covid-19 que contradiziam recomendações de especialistas globais da saúde pública. Ele havia denunciado em particular as medidas de distanciamento físico para combater o vírus.