A luz verde dada pelo Supremo Tribunal Federal do Brasil na terça-feira, 11 de abril de 2017, para abrir investigações contra pelo menos oito ministros e dezenas de parlamentares representa um passo decisivo no enorme escândalo de corrupção na Petrobras. Principais datas da série Petrobras.
2014: Surgiu um grande escândalo
– 17 de março: Começa a Operação Lavage Express com uma investigação de rotina e prisão de Youssef, um corretor da bolsa envolvido em lavagem de dinheiro.
Uma coisa leva à outra: os caminhos levam a Paulo Roberto Costa, um dos diretores da petrolífera estatal Petrobras, o primeiro a desvendar os segredos de uma rede de corrupção cujo tamanho excede em muito as expectativas dos investigadores.
Uma vez preso, ele admitiu que recursos desviados da empresa pública alimentavam as finanças dos partidos políticos.
2015: A extensa investigação toma forma
– 6 de março: O Supremo autoriza investigações contra 12 senadores e 22 deputados acusados de participar de rede de corrupção para desvio de recursos da Petrobras.
– 10 de junho: O CEO da gigante da construção Odebrecht, Marcelo Odebrecht, é preso sob a acusação de fraudar sistematicamente os mercados públicos, pagando subornos a políticos influentes para ganhar contratos caros da Petrobras. Posteriormente, ele será condenado a 19 anos de prisão.
O ano de 2015 verá a prisão de duas figuras do Partido dos Trabalhadores no poder, José Dircio e Delcedio Amaral. Este último admite e confirma que a atual presidente, Dilma Rousseff, e seu antecessor, o ícone de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva, estão envolvidos no escândalo.
2016: agitação política
– 4 de março: Polícia prende Lula para interrogatório. Os promotores o acusam de lavagem de dinheiro e ocultação de bens.
– 12 de maio: Enquanto as manifestações anticorrupção reúnem milhões de pessoas, a Presidente Dilma Rousseff é afastada do poder pela Câmara dos Deputados sob a acusação de ocultar contas públicas.
– 31 de agosto: Dilma Rousseff é formalmente destituída pelo Senado e imediatamente substituída por seu vice conservador, Michel Temer.
O novo governo foi rapidamente envolvido no escândalo e vários ministros foram forçados a demitir-se sob acusações de corrupção.
2017: bomba-relógio da Odebrecht
– 30 de janeiro: O STF autentica depoimentos de 77 ex-dirigentes da Odebrecht que firmaram acordos de cooperação na esperança de redução de pena.
Estas confissões explosivas elevam a investigação a um nível sem precedentes, envolvendo dezenas de políticos proeminentes de todos os partidos.
– 14 de março: O promotor Rodrigo Janot pede ao Supremo que permita a abertura de 83 novas investigações contra políticos que gozam de imunidade parlamentar.
– 30 de março: O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, foi condenado a 15 anos de prisão por acusações de corrupção. Às vezes apelidado de brasileiro Frank Underwood, em referência ao personagem manipulador de House of Cards, ele foi o arquiteto do polêmico impeachment de Dilma Rousseff.
– 11 de abril: O Supremo Tribunal Federal dá luz verde para abertura de investigações contra pelo menos oito ministros do governo Temer e dezenas de parlamentares.