O Novo Bolsonaro chegou! No dia 22 de abril, durante a (virtual) “Cúpula do Clima” presidida por Joe Biden, o presidente brasileiro, vestido de gravata verde e tom sereno, começou a falar sobre a “responsabilidade coletiva” no combate ao aquecimento global. Ele também está abandonando seu sermão severo usual contra aqueles que o acusam de genocídio ambiental.
O que causou essa mudança repentina? Depois de fazer amizade com Donald Trump, o líder da extrema direita agora precisa chegar a um acordo com o novo governo dos Estados Unidos. No entanto, durante sua campanha eleitoral, Joe Biden ameaçou o Brasil – que inclui 60% da Amazônia – com “grandes consequências econômicas” se não parasse o desmatamento. “Teremos que nos adaptar à nova era”, diz Eduardo Viola, especialista em negociações climáticas da Universidade de Brasília.
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Sob pressão europeia, Jair Bolsonaro desistiu do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas, mas não o respeita. “Para ele, como é para setores inteiros da opinião pública brasileira, a crise climática é uma fraude e um freio ao desenvolvimento”, disse Viola. Por isso, seu governo afrouxou os controles sobre o desmatamento e cortou o orçamento do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), responsável por fazer cumprir as leis ambientais. A independência de seus agentes era limitada.
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Em um ano, a região ligada à Ile-de-France foi destruída
Portanto, o caminho estava claro para criadores, madeireiros e outros Invasores (Aqueles que se apoderam ilegalmente da terra) controlam a Amazônia. Como resultado, o desmatamento atingiu seus níveis mais altos em doze anos. Só em 2020, a floresta perdeu 11.000 quilômetros quadrados de vegetação, na região de Ile-de-France.
No entanto, o desmatamento é a principal fonte de emissões de gases de efeito estufa do Brasil. As árvores, que armazenam grandes quantidades de dióxido de carbono, o liberam na atmosfera quando são cortadas. Isso explica: o Brasil é o sexto poluidor do mundo. “No entanto, Joe Biden não se preocupa tanto em fazer Bolsonaro por causa da dor que ele jogou nos braços da China”, explica Iodardo Viola.
Em uma mensagem ao seu homólogo americano, o presidente brasileiro prometeu eliminar o desmatamento ilegal até 2030. John Kerry, Enviado Especial para o Clima Joe Biden, respondeu: “Esperamos ação imediata para garantir que este anúncio produza resultados tangíveis”.
Getúlio-Vargas, professor de relações internacionais, Guilherme Casaroes, não descarta, em última instância, sanções comerciais. “Biden vai dar tempo para o Bolsonaro dar a volta por cima”, comenta o especialista. Mas o espaço de manobra do brasileiro ainda é apertado. Quem busca um segundo mandato no ano que vem não quer afastar os pioneiros. O agronegócio, por sua vez, não tem pressa fazer as coisas, pois os clientes estão nisso. O principal setor da economia (China e Oriente Médio) não está exigindo, no momento, o cumprimento das normas ambientais. ”
Já os militares, tradicionalmente, resistem a esse assunto delicado, que é uma questão de doutrina. Historicamente, a colonização da Amazônia pelos brasileiros é um objetivo estratégico associado à questão da soberania nacional. Para eles, o destino da floresta continua sendo uma questão puramente brasileira. “No entanto, Casaros insiste que os militares são o esteio do governo Bolsonaro …”
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