Sonia Guajajara, que dirige uma das mais importantes associações de defesa indígena do Brasil, foi intimada para interrogatório pela polícia após ser acusada de “difamarO governo do presidente de extrema direita Jair Bolsonaro. “Fui intimado pela Polícia Federal no âmbito de uma investigação sobre a série Maraca. A perseguição deste governo é inaceitável e absurda. Eles não vão nos calarO coordenador da Associação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) escreveu no Twitter nesta sexta-feira.
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Sonia Guajajara, 47, foi candidata à vice-presidência do Brasil em 2018, na chapa de Guilherme Boulos, do partido de esquerda Socialismo e Liberdade (PSOL).
A investigação policial, relativa a uma série de documentários intitulada “Maraca“, Foi instaurada a partir de denúncia da Fundação do Índio (Funai), órgão governamental que deveria garantir a proteção dos povos indígenas que denunciassem umcampanha de calúnia e difamação“. A série, disponível online no site da APIB, faz uma crítica à política do governo Bolsonaro em relação aos povos indígenas. Faz parte de uma campanha de apoio aos indígenas à qual aderiram 200 personalidades, como os cantores Caetano Veloso e Chico Buarque, ou o fotógrafo Sebastião Salgado.
Na denúncia, cujo conteúdo foi veiculado pelo site de notícias G1, o presidente da Funai, Marcelo Augusto Xavier da Silva, afirmou que a série teve “disseminou informações distorcidas e tendenciosas, acusando o governo de ter abandonado os índiosDurante a pandemia de coronavírus.
Em nota enviada à AFP, a Funai garante que “investigação de supostos crimes“É do interesse”de todos os cidadãos brasileiros, indígenas ou não, sujeitos à lei“. Pelo contrário, a APIB vê-o como um”tentativa de criminalizar o movimento indígena“E acusa o governo de ter perpetrado um”genocídioDos nativos durante a pandemia, que matou mais de 1.000 pessoas nesta comunidade, de acordo com uma contagem da associação.
Outras personalidades que criticaram o governo Bolsonaro foram interrogadas pela polícia nos últimos meses, como o famoso YouTuber Felipe Neto, que expressou solidariedade a Sonia Guajajara na sexta-feira. “Esse caso é tão escandaloso, tão absurdo que fica claro que a Polícia Federal é usada como órgão de perseguição política.Ele twittou.
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