BRASÍLIA (awp / dpa) – O Banco Central do Brasil deve elevar a taxa básica de juros, principal ferramenta antiinflacionária, novamente na quarta-feira, com especialistas esperando um aumento de 1,5 ponto para 7,75%.
Esse sexto aumento consecutivo desde o início do ano, o mais forte se esse número se confirmar, deve ser divulgado ao final de nova reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
Em setembro, o Copom elevou a taxa básica de juros em um ponto, para 6,25%, enquanto no início do ano atingia o mínimo histórico de 2%.
Cobum havia proposto para outubro um novo aumento “do mesmo tamanho” (um ponto), devido ao qual a inflação permanece “alta” e, portanto, os analistas esperam mais.
O banco central, coletando mais de uma centena de projeções, estima que a taxa básica pode chegar a 8,75% até o final do ano.
Sua incrível ascensão começou em março. Segundo especialistas, esse novo aumento se deve a fortes pressões inflacionárias e à decisão do presidente Jair Bolsonaro de aumentar em 20% as verbas destinadas aos mais pobres.
Esta proposta altamente controversa não foi submetida ao Parlamento para aprovação. Segundo especialistas, será praticamente impossível chegar a esse valor sem ultrapassar o teto de gastos do orçamento.
A popularidade do presidente de extrema direita, que pretende ser reeleito no próximo ano, está em seu nível mais baixo desde que assumiu o cargo em 2019.
A inflação na maior economia da América Latina atingiu 10,25% em setembro nos últimos 12 meses e está matando a renda das famílias, especialmente das mais pobres.
Esta é a primeira vez desde 2016 que o Brasil voltou a ter uma taxa de inflação de dois dígitos.
afp / rp