O presidente brasileiro Lula assinou na sexta-feira decretos legalizando seis novas reservas indígenas, as primeiras desde 2018, representando uma vitória para os povos indígenas.
Essas reservas garantem aos povos indígenas o uso exclusivo dos recursos naturais, preservando seu modo de vida tradicional. Os cientistas vêem-no como um escudo contra a desflorestação, uma questão importante na luta contra o aquecimento global.
Nenhuma nova terra indígena foi legalizada durante o mandato de Jair Bolsonaro (2019-2022), antecessor de extrema direita de Lula, que prometeu antes de chegar ao poder Não dê mais um centímetro
Aos povos indígenas.
A última aprovação data de cinco anos, quase no dia em que foi reconhecido ao povo Guatu o direito inalienável de ocupar 20 mil hectares de suas terras ancestrais no estado de Mato Grosso (centro-oeste), em 26 de abril de 2018, sob o presidência de Michel Temer (centro-direita).
É um processo que leva tempo, mas garantiremos que o maior número possível de reservas indígenas seja legalizado. Se quisermos eliminar o desmatamento até 2030, precisamos de reservas locais certificadas.
Sob a presidência de Jair Bolsonaro, o desmatamento médio anual aumentou 75% em comparação com a década anterior.
Lula assinou a cerimônia ao lado de figuras indígenas de destaque, como o icônico líder Rauni Metuktir, que o presenteou com um tradicional cocar de penas azuis e vermelhas.
A cerimônia foi realizada no último dia do acampamento Livro Terra
(Terra Livre), encontro anual de milhares de indígenas de todo o país esta semana em Brasília.
Em quatro anos faremos mais (pelos povos indígenas) do que nos oito anos que já governamos o país (2003-2010).
Duas das seis novas reservas legais estão localizadas na região amazônica, incluindo a maior reserva de todas chamada Unieuxi, dedicada a 249 povos indígenas dos povos Mako e Tucano, abrangendo mais de 550 mil hectares no estado do Amazonas (norte).
Aproximadamente 14% do território é ocupado por reservas
Duas reservas estão localizadas no Nordeste do país, uma no Sul e outra na região Centro.
Segundo o último censo de 2010, cerca de 800 mil indígenas vivem no Brasil, a maioria deles em reservas que ocupam 13,75% das terras.
Quem disser que estas terras que lhe são atribuídas são muito espaçosas, deve lembrar-se que antes da chegada dos colonizadores portugueses, vocês ocupavam 100% das terras.
O presidente Lula somou-se aos aplausos da multidão.
Novas aprovações deverão ser feitas em breve: no mês passado, a ministra do Indígena, Sonia Guajajara, anunciou que 14 terras indígenas (incluindo as seis aprovadas na sexta-feira) estavam prontas para certificação, cobrindo cerca de 900 mil hectares.
Escreveremos uma nova história, para o bem de toda a humanidade e para o bem do nosso planeta.
Nós, povos indígenas, representamos apenas 5% da população mundial, mas conservamos mais de 80% da biodiversidade mundial.
“, concluiu o ex-ativista de 49 anos, para quem Lula criou seu ministério para dar mais espaço às questões indígenas em seu governo.