Brasil: Rock in Rio e Sete Dias de Decibel “Por um Mundo Melhor”

Brasil: Rock in Rio e Sete Dias de Decibel “Por um Mundo Melhor”

(AFP) – Muitas estrelas internacionais e mais de 700 mil espectadores durante os sete dias de festival: o rock carioca começa na sexta-feira com atrações como Drake ou Iron Maiden e eventos sociais relacionados principalmente à conservação da região amazônica.

Esta altíssima massa musical que reunirá públicos, especialmente jovens, de todo o Brasil no Parque Olímpico para as Olimpíadas de 2016, ganha uma dimensão muito especial sob o governo do presidente de extrema direita Jair Bolsonaro, um cético climático e acostumado a masculinidade. Violações, racismo ou homofobia.

Na sua oitava edição no Brasil – a vigésima quando contamos as organizadas em Portugal, Espanha ou Estados Unidos – o mega festival nascido em 1985 confirma mais do que nunca a sua vontade de trabalhar “por um mundo melhor”, que tem sido o seu lema desde sempre. desde. 2001.

“Nosso compromisso vai além das questões ambientais, trata-se de tornar o mundo um lugar melhor, dando voz aos jovens que estão privados dela há muito tempo”, disse à AFP Roberta Medina, vice-presidente do Rock In. Ela é filha do fundador do festival, que acontecerá nos dias 27, 28, 29 de setembro e 3, 4, 5 e 6 de outubro.

Para que todos estes jovens se sintam representados, os programas são muito ecléticos, com dias dedicados ao hip-hop (Drake), pop (Pink), rock (Foo Fighters, Muse) mas também ao puro e hard metal (Iron Maiden). ).

Mas além das principais estrelas no palco principal, outros shows contam com duetos criados especialmente para a ocasião, como a música do cantor inglês Seal com a brasileira Xenia França.

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“Tocar rock no Rio é sempre brutal”, diz Andreas Keiser, guitarrista da banda Sepultura e figura de proa do metal brasileiro, com grande entusiasmo.

“Também fui lá como espectador em 1985 e já estavam Iron Maiden e Scorpions, que voltarão este ano. Vamos reviver tudo, será um dia histórico para o metal”, disse à AFP.

No dia 4 de outubro, o Sepultura apresentará no palco com exclusividade uma música do novo álbum com lançamento previsto para fevereiro.

– Plantando árvores –
No palco, Andreas Keizer exibirá um violão especial com as cores do arco-íris, uma mensagem de tolerância à comunidade LGBT, que foi alvo de maus-tratos no governo de Jair Bolsonaro.

“Qualquer coisa que possa destacar o respeito pelas diferenças é importante”, explica. “As pessoas devem compreender que existem diferentes formas de conceituar o amor e a família”.

Para ele, o preconceito voltou “porque nosso presidente está fazendo um discurso que mostra desrespeito e educação”.

Quanto à região Amazónica, tema quente com o aumento dos incêndios florestais, o guitarrista lembra que o Sepultura condena a desflorestação desde a década de 1990 através dos álbuns “Chaos AD” (1993) ou “Roots” (1996).

“Sempre abordamos esse problema em nossas músicas, mas infelizmente ainda é relevante”, lamenta.

“O Brasil sempre foi uma bagunça nas questões ambientais”, conclui.“Muitos avanços foram feitos nos últimos anos, mas infelizmente estamos literalmente jogando tudo no lixo.”

No Rock in Rio, os organizadores vão garantir que os caixotes ficam menos cheios de materiais não recicláveis, com “restrições rigorosas aos fornecedores”, explica Roberta Medina, que promete que “100% dos resíduos serão reciclados ou reutilizados”.

O local que acolheu os Jogos Olímpicos de 2016 será transformado num verdadeiro parque temático, com montanha-russa ou tirolesa, mas também instalações destinadas a promover o desenvolvimento sustentável.

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Um deles, no Hipódromo Olímpico, proporcionará aos espectadores uma “experiência sensorial” com exibições para conscientizar o espectador.

Guitarras autografadas ou outros itens pertencentes às estrelas que tocaram no festival foram leiloados para financiar um projeto de reflorestamento na Amazônia que já permitiu o replantio de três milhões de árvores desde 2016.

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