Brasil: setor de mineração critica projeto de lei apoiado por Bolsonaro

Brasil: setor de mineração critica projeto de lei apoiado por Bolsonaro

Grandes mineradoras, incluindo multinacionais, que operam no Brasil criticaram nesta terça-feira um projeto de lei apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro que planeja legalizar as atividades de mineração em terras indígenas na Amazônia.

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O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), cujos 120 associados representam 85% da produção mineira do país, disse em nota à imprensa que esse projeto de lei não permite regular “adequadamente” as atividades do setor nesses territórios e chamou para mais discussão.

“Esta regulamentação deve ser objeto de debate em toda a sociedade brasileira, (envolvendo) em especial os próprios povos indígenas, em respeito aos seus direitos constitucionais”, escreveu o instituto em seu comunicado.

Ele teme que o debate sobre esse projeto fique truncado, já que a Câmara dos Deputados votou na semana passada pelo processo acelerado.

Com esse procedimento emergencial, o projeto poderá ser votado em plenário no próximo mês, sem passar por comissões. Em seguida, terá de ser analisado pelo Senado.

Para o presidente Bolsonaro e seus aliados, essa urgência se justifica pela necessidade de explorar reservas de potássio em terras indígenas na Amazônia para suprir uma possível escassez de fertilizantes importados da Rússia devido ao conflito na Ucrânia.

O Brasil importa mais de 80% de seus fertilizantes, segundo dados do Ministério da Agricultura. Seu principal fornecedor é a Rússia, com 20% dessas importações.

Mas os críticos do projeto dizem que é um “pretexto”, pois estudos mostraram que a grande maioria das reservas de potássio do Brasil estão fora dos territórios indígenas.

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Na última quarta-feira, vários milhares de manifestantes responderam ao chamado do famoso cantor Caetano Veloso e outros artistas em Brasília para protestar contra as pressões do presidente Bolsonaro e seus aliados no Parlamento para aprovar uma marcha forçada de leis condenadas segundo eles a “destruir o meio ambiente”. .

Para o Ibram, que reúne multinacionais como Vale, Rio Tinto ou Anglo American, “a exploração industrial de mineração pode ser viável em todo o território brasileiro”, desde que “preservar a vida e o meio ambiente, principalmente na Amazônia, evitando o desmatamento.

No final de fevereiro, um relatório da ONG Amazon Watch acusou esses gigantes da mineração de tentar expandir suas atividades na Amazônia, com bilhões de dólares em financiamentos de bancos internacionais e fundos de investimento. Vale, Rio Tinto e Anglo American negaram essas acusações.

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