No início de 2022, faltando pouco menos de oito meses para as eleições presidenciais brasileiras, Luiz Inácio Lula da Silva, adversário de Bolsonaro, foi festejado nas capitais europeias. Recebido como estadista em Madrid e Paris, prometeu aos eleitores brasileiros que tiraria o país do isolamento diplomático em que Bolsonaro o mergulhou.
O terceiro mandato de Lula começou há mais de um ano e, no geral, as esperanças do Ocidente foram concretizadas. O Brasil está mais uma vez firmemente comprometido com o fortalecimento do multilateralismo, fez mais progressos na luta contra o desmatamento do que muitos especialistas esperavam e normalizou as relações com países de todo o mundo. .
Assegurando a presidência do G20 deste ano, o Brasil tem prioridades – o combate à fome, a defesa do desenvolvimento sustentável e a reforma das instituições internacionais – geralmente consideradas razoáveis às vésperas da cúpula dos líderes, que será realizada no Rio de Janeiro em novembro. A decisão do Brasil de sediar a COP30 em Belém em 2025 é um símbolo do seu louvável desejo de desempenhar um papel mais importante na luta contra as alterações climáticas.
Influenciar a agenda no cenário internacional
Como escreveu recentemente o meu colega Matias Spektor [du Centre des relations internationales de la Fondation Getúlio Vargas de São Paulo] sobre Lula, “Poucos líderes podem orgulhar-se, no dia em que tomam posse, de terem provocado suspiros de alívio tanto do Presidente chinês, Xi Jinping, como do seu homólogo americano, Joe Biden” – e provavelmente a maioria dos funcionários da Europa, da América Latina e de todo o Sul Global.
Esse alívio teve consequências tangíveis: no ano passado, Lula foi convidado a participar da cúpula de chefes de estado e de governo do G7 no Japão, prova de que com a saída de Bolsonaro o Brasil conseguiu mais uma vez influenciar significativamente a agenda no cenário internacional. Assim como o indiano Na