O Brasil está sob uma junta militar
Em 1964, o Marechal Branco assumiu o poder em
Brasil estabelece uma ditadura militar. Isso levou a milhares de prisões e exílios e quase 400 mortes. Não. Provavelmente não leva em conta as vítimas indígenas. No entanto, no final dos anos setenta, perante as dificuldades económicas, a ditadura cedeu.
“Já em 1979 foi aprovada uma lei de anistia que não inclui a anistia apenas para as pessoas que cometeram crimes, mas também para os opositores, porque as pessoas que promovem a democracia na ditadura são opositores e, portanto, são bandidos, e por isso também se beneficiam dessas decisões de anistia.” David Rank, Pesquisador de Ciências Sociais da ESSCA.
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O nascimento da democracia corintiana
Nesse contexto, o Corinthians Sports Club organizou a eleição de um novo presidente do clube em 1981. O empresário Waldemar Peris venceu. Nomeou Diretor de Esportes Adilson Monteiro Alves, prof
Sociólogo que foi preso por sua oposição. Com estes dois estreantes, a organização do clube está a mudar muito rapidamente, como nos explicou David Rank: “Eles criam, e são eles que criam. Ao contrário do que se costuma dizer, não são os jogadores que criam a autogestão. Eles estão criando um modelo em que todos no clube, do presidente ao jardineiro, têm voz e podem decidir como todos. A voz do presidente não está mais no controle”.
Portanto, grande parte das decisões são tomadas coletivamente. É o caso da marcação do treinador da Z Maria, mas também dos treinos ou refeições. As receitas do clube também são distribuídas a todos os funcionários.
Sucesso e cobertura da mídia do modelo
A organização autogerida foi coroada de sucessos: bicampeões paulistas em 1982 e 1983. Durante as partidas, os jogadores expressaram sua ligação com a democracia por meio de diversas ações. A camisa “Democracia Corinthiana” pode fluir, mas também estimular votos, como fizeram nas eleições conservadoras de 15 de novembro de 1982, para permitir a ascensão da oposição. Na final de 1983, entrou em campo com a bandeira “Ganhe ou perca, mas sempre em democracia”.
A cobertura da mídia sobre o movimento foi, em parte, feita por superestrelas. Para David Rank, isso de alguma forma contradiz o que o clube quer transmitir: “O movimento democrático corintiano é um tanto paradoxalmente caracterizado pelo aparecimento ou uso de figuras da mídia. Por que a ironia? É um movimento que diz “todos são iguais, todos têm direito ao voto”. Mas na mídia há figuras que estão começando a incorporar o movimento.
Entre as figuras que personificam o movimento estão o atacante Walter Casagrande e o lateral-esquerdo Vladimir. Mas, quem mais explode na tela é, sem dúvida, o meia-atacante Sócrates que é “Estrela do campo. Simplificando, ele é um pouco como o Zidane brasileiro de sua época. O jogador que faz todos concordarem A pesquisadora nos conta. A pessoa que é apelidada de Doutor, por causa de seu diploma de médico, é o capitão da seleção brasileira. Sua agilidade em campo, sua popularidade e seu lado intelectual fazem dele um representante ideal para a equipe e sua organização.
Compromisso além do retângulo verde
Sócrates também não tem vergonha de se exibir na quadra. Em particular, ele fala em um comício pelas “Diretas já”, um movimento que pede eleições diretas para presidente. Em 1984, durante um desses grandes encontros, ele ligou o destino do futebol ao destino da política brasileira. Diante da torcida, anunciou que se a autarquia aceitasse organizar eleições, ele permaneceria no Campeonato Brasileiro. Mas o Congresso não aceita as exigências e a estrela brasileira chega ao clube italiano Fiorentina.
Uma vida e um negócio
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O fim do movimento, o começo do próximo
Desde 1984, a democracia corinthiana perdeu força, e isso se deve a várias razões que nos são dadas por David Rank: “O porta-voz deles não está mais lá, o porta-voz deles foi para a Europa. Os resultados são menos bons. Após duas vitórias no Campeonato Paulista, o clube não venceu em 1984. Houve novas eleições e as duas figuras que iniciaram o movimento, Valdemar Perez e Adelson Monteiro Alves, não foram eleitos. Eles são substituídos por outras pessoas que convocam o cocheiro, o último cocheiro no período anterior à democracia coríntia, o que é em parte um gesto simbólico. A transição democrática parece garantida e, assim, o movimento perde seu papel de adversário do poder.
lá
democracia O Corinthian vai arrasar com seu lado único e rebelde. Hoje, a autogestão ainda é uma raridade
futebolMas isso é mais importante pela dimensão de protesto que o movimento representa.
Esse episódio é parcialmente lembrado por meio da figura mitológica de Sócrates. Além disso, desde 2022, a Bola de Ouro premia os jogadores de futebol que se comprometeram com projetos de caridade e comunidade todos os anos, concedendo o Prêmio Sócrates.