Disputa Venezuela/Guiana: Brasil pede para evitar “manifestações militares”

Disputa Venezuela/Guiana: Brasil pede para evitar “manifestações militares”
Brasília, 29 de dezembro de 2023 (AFP) – O governo brasileiro pediu nesta sexta-feira para “evitar manifestações militares” em torno de Essequibo, território disputado entre Venezuela e Guiana, e expressou sua “preocupação” com o novo pico de tensão entre seus dois vizinhos.

“O governo brasileiro acompanha com preocupação os últimos acontecimentos na disputa pela região de Essequibo”, disse o Itamaraty em comunicado. Ele “acredita que as demonstrações militares de apoio a qualquer um dos lados devem ser evitadas para que o processo de diálogo contínuo possa produzir resultados”.

Mais de 5.600 soldados venezuelanos participam desde quinta-feira em exercícios militares ordenados pelo Presidente Nicolás Maduro na fronteira com a Guiana, “em resposta à provocação” de envio de um barco patrulha às águas da antiga colónia britânica da Marinha Real.

Londres denunciou “as ações tomadas pela Venezuela contra a Guiana” que “são injustificadas e devem parar”: “estamos a trabalhar com os nossos parceiros na região para evitar uma escalada e continuar a monitorizar de perto a situação”, declarou um porta-voz da Governo britânico durante a noite de quinta para sexta-feira.

A chegada prevista para sexta-feira do HMS Trent como parte de “exercícios de rotina planejados há muito tempo”, segundo Georgetown, reacendeu as tensões entre os dois países no Essequibo, uma região da Guiana rica em minerais e petróleo, reivindicada pela Venezuela.

“A fronteira entre os dois países foi resolvida em 1899 por arbitragem internacional e continuamos a apoiar a integridade territorial da Guiana, um importante aliado regional e parceiro da Commonwealth”, uma organização composta principalmente por ex-colónias britânicas, sublinhou Londres.

A Venezuela sustenta que o rio Essequibo deveria ser a fronteira natural, como em 1777 na época do Império Espanhol. Está em curso um processo de resolução perante o Tribunal Internacional de Justiça (CIJ), mas a Venezuela não reconhece o mais alto tribunal da ONU.

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Desempenhando um papel de mediador, o presidente brasileiro Lula facilitou uma reunião entre os presidentes dos dois países em 14 de dezembro, após a qual a Guiana e a Venezuela se comprometeram a abordar a questão de forma pacífica.

A diplomacia brasileira recordou na sexta-feira o seu compromisso “de não usar a força ou ameaçar usar a força, de respeitar o direito internacional” e de “cooperar para evitar incidentes no terreno e medidas unilaterais que possam levar ao agravamento da situação”.

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