O Instituto Butantan de São Paulo anunciou nesta sexta-feira o desenvolvimento de uma vacina ”100% brasileiro“contra o coronavírus, com 40 milhões de doses previstas até o final do ano e as primeiras injeções em julho, neste país onde a vacinação avança lentamente”.Os resultados dos testes pré-clínicos foram excelentes”, garantiu em entrevista coletiva Dimas Covas, diretor desse instituto público dependente do governo do Estado de São Paulo.
O Butantan deve em breve encaminhar à agência reguladora Anvisa pedido de autorização de testes clínicos a partir de abril. A vacina, que se chamará “Butanvac“, será “desenvolvido e produzido inteiramente no Brasil, sem a necessidade de importação de princípios ativos“, explicou o governador de São Paulo João Doria.
A fabricação de 40 milhões de doses deve começar em maio, e as primeiras doses podem ser distribuídas já em julho, caso a vacina seja aprovada pela Anvisa. Mesmo que tecnicamente a produção possa ser garantida integralmente no Brasil, ela será finalmente realizada em 85% no Brasil, e 15% no Vietnã (instituto IVAC) e na Tailândia (GPO), especificou o instituto Butantan.
O ButanVac deve acelerar a vacinação no Brasil, que começou tarde, em meados de janeiro, e segue em ritmo lento na ausência de doses disponíveis. Este país de 212 milhões de habitantes, o segundo país mais enlutado do mundo com mais de 300 mil mortos, já usou a vacina Oxford / AstraZeneca e o soro chinês CoronaVac, distribuído no Brasil pelo Instituto Butantan.
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Mas, para produzir essas duas vacinas localmente, o Brasil ainda precisa importar os ingredientes ativos, e os atrasos na entrega diminuíram o ritmo da vacinação.
“O ButanVac é uma resposta para quem nega a ciência e nega a vida, lançou João Doria. Um ressentimento dirigido ao presidente da extrema direita Jair Bolsonaro, que havia criticado fortemente no passado a parceria do Estado de São Paulo com o laboratório chinês Sinovac para a produção no Brasil do CoronaVac.