A taxa de desemprego no Brasil foi de 14,3% no trimestre agosto-outubro, queda de 0,3 ponto em relação ao período julho-setembro, após três recordes consecutivos devido à crise do coronavírus, segundo dados oficiais divulgados. Terça. A ligeira queda encerra uma série de nove aumentos consecutivos em um país onde 14,1 milhões de pessoas procuram trabalho, 1,7 milhão a mais que no ano passado.
No entanto, dados divulgados pelo Instituto de Estatística do IBGE mostram que a taxa de desemprego apresentou forte elevação em relação ao mesmo período do ano passado, quando atingiu 11,6%. Nos últimos três meses, essa taxa, calculada em trimestres escalonados, bate recorde após recorde, elevando-se 13,8% (maio-julho), 14,4% (junho-agosto) e 14,6% (julho-setembro). O recorde anterior era no primeiro trimestre de 2017 (13,7%).
O IBGE também informa que cerca de 5,8 milhões de pessoasFrustrante», Quem poderá trabalhar, mas teria desistido de procurar emprego no trimestre e, portanto, não entrará mais nas estatísticas. Este número também representa uma ligeira redução em relação ao trimestre rotativo anterior (5,9 milhões). A epidemia de coronavírus já ceifou mais de 191 mil vidas no Brasil, o segundo pior número de mortes no mundo depois dos Estados Unidos, com forte impacto econômico, já que o governo espera queda de 4,5% no PIB este ano.
Depois de entrar em recessão, com queda de 1,5% no PIB no primeiro trimestre e de 9,6% no segundo, a maior economia da América Latina teve uma recuperação de 7,7% no terceiro, principalmente graças ao maciço programa de ajuda aos 60 milhões de brasileiros pobres. Mas o pagamento dessas verbas será interrompido em 2021 devido a restrições orçamentárias, o que tem levantado muitas preocupações de especialistas sobre o futuro econômico do país.