Macron no Brasil: O que é a bioeconomia?

Macron no Brasil: O que é a bioeconomia?

No primeiro dia de sua visita ao Brasil, Lula da Silva recebeu Emmanuel Macron na ilha verde de Compo, na Amazônia. Os dois chefes de Estado lançaram um programa que visa angariar mil milhões de euros em investimentos ao longo de quatro anos para desenvolver a “bioeconomia” das florestas tropicais.

A “bioeconomia” é um pouco como o novo amortecedor da moda nestes tempos de transição ecológica. Mas o conceito abrange diferentes realidades dependendo de quem fala dele. A ideia básica, especialmente no Ocidente, é substituir a economia baseada nos combustíveis fósseis. Resumindo: uma vez que o petróleo, o carvão e o gás são responsáveis ​​pelo aquecimento global, temos de sair deles, encontrar o que precisamos na natureza e beneficiar disso de forma sustentável.

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A União Europeia tem um plano estratégico para a bioeconomia, a França também, e a OCDE fala frequentemente sobre isso… Por exemplo, a produção de energia a partir de resíduos biológicos, em particular através de digestores de metano dos agricultores, que produzem o gás a partir de esterco de vaca, combustível Biografia. É a química das plantas: as plantas se transformam em moléculas para fazer tintas, lubrificantes e embalagens. Pensamos nesses saquinhos de amido de milho ou nessas caixas feitas de musgo. A bioeconomia também inclui todos os materiais de origem biológica utilizados na construção, como o isolamento feito de cânhamo.

Bloqueio de proteção florestal

O Brasil é um dos principais promotores da bioeconomia. Existe até uma secretaria dedicada dentro do governo do presidente Lula. Para Brasília, trata-se de descarbonizar a economia brasileira, mas também de eliminar o desmatamento e tornar sustentável a proteção da floresta amazônica. Basicamente, é mudar o sistema para que a árvore tenha mais valor, em vez de derrubá-la para plantar soja ou colocar vacas em seu lugar.

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Esta visão defendida pelo Brasil pode ser aplicada a muitos outros países do Sul ricos em biodiversidade, especialmente na África. Difere do conceito ocidental porque adota a visão do povo amazônico de uma floresta habitada e cultivada, não explorada. Ao desenvolver, regulamentar e agregar valor econômico ao uso sustentável dos recursos florestais, o Brasil busca alcançar esse objetivo “Preservar a grande diversidade desta natureza, bem como a população e a diversidade cultural que nela vive”, Analisa Catherine Aubertin, economista ambiental especializada no Brasil. “Isso corresponde a diferentes visões do mundo, do futuro e da relação com a natureza.”

Grande potencial econômico

“Na região amazônica existem muitas cooperativas que produzem dezenas de produtos a partir da biodiversidade florestal.”O climatologista brasileiro Carlos Nobre explica. Este é o desenvolvimento de segmentos de açaí, por exemplo, frutas vermelhas ricas em vitaminas ou óleos de palma.

O potencial económico é grande. Em torno de Carlos Nobre, economistas e cientistas desenvolveram um plano para a “Nova Economia da Amazônia”. ” Pretende obter ganhos de 40 mil milhões de dólares no PIB até 2050, 300 mil empregos e, acima de tudo, a reabilitação e disponibilização de 81 milhões de hectares.“, explica Catherine Aubertin, Diretora Honorária de Pesquisa do Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD).

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Competição pelo acesso aos organismos

Mas, ao desenvolver a bioeconomia, não corremos o risco de explorar excessivamente a natureza? ” O perigo reside na mudança para uma bioeconomia que não leva em conta a integridade dos ecossistemas naturaisCarlos Nobre alerta, A maioria dos países inclui a agricultura tradicional na bioeconomia [et non agroécologique, ndlr] Ou biocombustível.

Se a humanidade substituísse o uso de combustíveis fósseis apenas por estes materiais vivos, esgotaríamos os recursos. De qualquer forma, não temos terra suficiente disponível neste planeta.

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“Obviamente não haverá biomassa [les matières organiques que veut utiliser la bioéconomie, ndlr] Para todosA economista Catherine Aubertin reage. Só em França, já existe competição por terras entre a agricultura, a produção de energia solar e as culturas dedicadas à digestão do metano..

Portanto, a sobriedade é necessária. Além disso, face à crise ambiental, devemos recordar esta ideia: fazer melhor é bom, mas não será suficiente. Devemos fazer melhor e fazer menos.

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