O número de mortos pelas chuvas torrenciais que atingiram o sul do Brasil nos últimos dias, com seu cortejo de enchentes e deslizamentos de terra, atingiu pelo menos 31 mortos e mais de 70 pessoas ainda estão desaparecidas.
Em todo o estado do Rio Grande do Sul, no sul do Brasil, cenas terríveis se repetiram nos últimos dias: chuvas torrenciais, deslizamentos de terra gigantescos e casas afogadas até onde a vista alcança. Para o governador Eduardo Leite, este é o “pior desastre climático” já visto neste estado fronteiriço com o Uruguai e a Argentina.
Na noite de quarta-feira foi declarado “estado de calamidade pública” (nota do editor, correspondente a um desastre natural de magnitude excepcional) na região.
Nesta zona, no extremo sul do país, foram atingidas 154 localidades. De acordo com o último relatório da Defesa Civil, mais de 10 mil pessoas tiveram de abandonar as suas casas, das quais cerca de 4.600 foram levadas para alojamentos.
Governo mobilizou “100%”
O Presidente Lula, que se encontrou quinta-feira com o governador em Santa Maria, uma das cidades mais afectadas, prometeu que à região “não faltarão meios” humanos ou materiais para fazer face a esta tragédia.
Ele também garantiu que o governo federal foi mobilizado “100%” para “mitigar o sofrimento devido a este evento natural extremo”.
Mais de 600 soldados deverão ser enviados como reforço para operações de socorro e distribuição de alimentos às vítimas.
Eventos extremos mais frequentes
Em março, o Brasil já foi atingido por uma onda de calor, com a temperatura atingindo um pico de 62,3 graus Celsius no Rio de Janeiro no domingo, 17 de março.
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Segundo especialistas, o aquecimento global está aumentando a intensidade e a frequência dos eventos climáticos extremos que ocorrem um após o outro neste país latino-americano. A situação é ainda agravada pelo fenómeno climático El Niño.
afp/doe