RIO DE JANEIRO (awp/afp) – A taxa de desemprego no Brasil caiu para o menor nível desde 2015, em 10,5%, para o período de fevereiro a abril, mas ainda havia 11,3 milhões de desempregados no país, segundo dados oficiais divulgados nesta terça-feira .
Após estabilizar desde o final do ano passado, essa taxa diminuiu 0,7 ponto em relação aos três meses anteriores (novembro-janeiro).
O número calculado pelo instituto de estatísticas do IBGE é melhor do que as previsões de especialistas consultados pelo jornal Valor, que esperavam 10,9%.
A taxa caiu acentuadamente em relação ao mesmo trimestre do ano passado, quando atingiu 14,8%.
“Durante o trimestre, observamos (…) uma continuação da tendência iniciada no trimestre de maio a julho de 2021”, explica Adriana Beringuy, do IBGE, em nota à imprensa.
Segundo ela, essa diminuição deve-se principalmente à criação de oportunidades de emprego no setor de transportes, educação e outros serviços, como salões de beleza voltando à atividade após um longo período de Covid, por exemplo.
Mas a renda média dos trabalhadores também caiu, 7,9% em relação ao mesmo trimestre do ano passado.
“Mesmo que o número de empregados no setor formal tenha aumentado, (…) isso não teve efeito sobre os salários do setor privado”, afirma a Sra. Bringoy.
O número de pessoas empregadas na economia informal, muitas vezes sem contrato e em condições precárias, manteve-se muito elevada, situando-se em 38,7 milhões no trimestre em análise, ou 40,1% da população activa.
A queda na taxa de desemprego é uma boa notícia para o presidente Jair Bolsonaro, cuja popularidade é afetada, entre outras coisas, pela crise econômica.
O poder de compra dos brasileiros é fortemente influenciado pela inflação, que atingiu 12,13% em abril, nos últimos 12 meses, a maior taxa em 19 anos.
Para 54% dos brasileiros, a economia terá “influência significativa” na escolha de um candidato para a eleição presidencial de outubro, segundo levantamento do Instituto Datafolha.
Essa mesma pesquisa dá ao ex-presidente de esquerda Luis Inácio Lula da Silva as maiores intenções de voto, com 48%, em comparação com 27% para Jair Bolsonaro.
afp / rp