produtores de soja acusam UE de “protecionismo”

produtores de soja acusam UE de “protecionismo”

Uma associação de produtores de soja no Brasil chamou terça-feira “protecionismo disfarçado de preocupação ambiental»A proposta da União Européia de proibir a importação de determinados produtos que contribuam para o desmatamento.

Este projeto de lei, apresentado pela Comissão Europeia em 17 de novembro, “é uma afronta à soberania nacional e coloca o uso de terras autorizado por lei no mesmo patamar do desmatamento ilegal, que já é punido pela legislação brasileira”, Lamentou em nota a Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja). “A UE deve entender que não é mais a metrópole do mundo e que o Brasil são os outros países da América do Sul não são mais suas colônias. Se os europeus estão tão preocupados com as nossas florestas, poderiam aproveitar para replantar suas florestas e instituir, como é o caso aqui, zonas de proteção permanente dentro das propriedades agrícolas.Ela insistiu.

Essa associação faz alusão ao código florestal brasileiro, que obriga todo agricultor a preservar “20 a 80% de vegetação nativaEm suas terras. Bruxelas propôs proibir a importação para a UE de certos produtos, como soja, carne ou óleo de palma, quando contribuem para o desmatamento, um projeto saudado por ONGs ambientais que ainda acreditam nele. insuficiente.

Desmatamento em alta na Amazônia brasileira

As novas regras também se aplicariam à madeira, ao cacau e ao café, bem como a certos produtos derivados (couro, móveis, etc.). O projeto será debatido no próximo ano pelos estados membros e deputados europeus. As empresas importadoras seriam assim obrigadas a recolher dados precisos do local de produção, de forma a garantir que as matérias-primas comercializadas na Europa não provêm de terrenos desflorestados a partir de Dezembro de 2020 e não violam as regras do país produtor.

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A proposta surge na medida em que vários Estados membros, liderados pela França, se opõem à ratificação do acordo comercial entre a UE e os países do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai), por considerá-lo incompatível com a agenda. Clima europeu em particular devido ao desmatamento massivo na Amazônia.

Na quinta-feira, dados oficiais do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) mostraram que o desmatamento na Amazônia brasileira aumentou quase 22% em um ano. A área desmatada ultrapassou 13.000 km2 no período de referência de agosto de 2020 a julho de 2021, inédito há 15 anos.

Este é o terceiro ano consecutivo que o desmatamento aumenta desde a ascensão ao poder do presidente de extrema direita Jair Bolsonaro, que tem sido alvo de críticas internacionais por enfraquecer a vigilância ambiental da mineração ou atividades agrícolas em áreas protegidas. Ainda assim, na COP26 de Glasgow, o Brasil se comprometeu a antecipar em dois anos, de 2030 para 2028, o prazo para eliminar o desmatamento ilegal em seu território.

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