A cidade brasileira de Manaus, localizada no coração da região amazônica, declarou estado de “emergência social” diante do afluxo de migrantes da Venezuela que fogem da crise que seu país vive. Mais de 8.200 venezuelanos procuram asilo no Brasil, fugindo de um país que sofre uma crise social e política.
Desde dezembro, mais de 350 índios da tribo venezuelana Warao assumiram o controle de espaços públicos na cidade de Manaus, fugindo de um país em plena crise social e política.
“Além da necessidade de abrigar essa população, a principal preocupação do poder público é o risco de propagação de doençasO município de Manaus, capital do estado brasileiro do Amazonas (noroeste), na fronteira com a Venezuela, disse num comunicado de imprensa que isso poderia afetar tanto os migrantes como os residentes locais.
O decreto estadual sobre “emergência social” foi assinado em 4 de maio.
Desde Fevereiro, uma decisão do Conselho Nacional de Migração do Brasil permitiu aos venezuelanos que fogem da crise no seu país solicitar uma autorização de residência temporária, sem passar pelos procedimentos complexos normalmente exigidos aos refugiados.
Desde o início de 2017, o Brasil recebeu 8.231 pedidos de asilo da Venezuela, o dobro dos pedidos feitos por aquele país entre 2010 e 2016.
Em abril, o Congresso brasileiro aprovou uma nova lei de imigração que visa conceder direitos iguais aos locais e aos imigrantes nos serviços de saúde, educação e segurança social. Este texto, que deverá substituir uma lei que remonta à ditadura militar (1964-1985), deverá ser assinado pelo presidente brasileiro Michel Temer.