A aventura brasileira de Gagnon | O Jornal de Montréal

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Na quinta-feira, apresentamos Nicolas Gagnon, técnico da seleção sub-23 do CF Montreal, e dissemos que ele foi influenciado por várias viagens ao Brasil. Aqui está a história.

Tudo começou com o convite de um colega de equipe do Vert et Or, da Universidade de Sherbrooke, que se ofereceu para visitá-lo em sua casa na Taquara durante as férias.

“É uma pequena cidade perto de Porto Alegre e tem cerca de 40 mil habitantes, um pouco como Saint-Hyacinthe, de onde venho”, diz.

Ele faz a viagem dois anos seguidos e quando procura um segundo estágio universitário, aquele que estuda na
cinesiologia, ele pensa fora da caixa.

“A mãe de um dos meus companheiros brasileiros trabalha em uma escola. Vou lá ajudar os professores de educação física, além dos times de futsal e futebol”, conta sobre sua terceira visita, que vai durar cinco meses.

Longa viagem

Após retornar ao Quebec para concluir o bacharelado, retornou pela quarta vez ao Brasil, onde permaneceu por 14 meses. E esta visita vai deixar uma marca indelével na sua carreira de treinador, que se pretende bastante singular.

“Durante meu estágio, também trabalhei no time do Taquara e o treinador me leva ao clube de Porto Alegre e me apresenta às pessoas. Um indivíduo me diz que vai organizar um estágio para mim com uma equipe. »

Obviamente, não há notícias há meses e as coisas não se movem. Mas ele pega o touro pelos chifres.

“Ligo para ele na primeira vez e ele me atende, provavelmente porque não sabia o número e me diz a mesma coisa e nunca me liga de volta. Duas semanas depois, vou ao escritório dele e ele acaba me dando um estágio de um mês com os sub-17 do Internacional de Porto Alegre.

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“Passei um mês lá, estava indo muito bem e mantive contato com o preparador físico, com quem ainda converso. Até ajudei a filha dele à distância com o dever de casa de inglês. »

No inimigo

Terminada a passagem pelo Internacional, um contato permitiu que ele entrasse no Grêmio, adversário do outro lado da cidade, onde passou seis meses.

Como seu visto não permite que ele trabalhe, ele faz trabalho voluntário e vive de suas economias.

“Ajudo no projeto Sub-12, que são jogadores que estão perto de ingressar na Academia, mas que ainda não estão lá. »

Antes de retornar ao Quebec, passou por quatro clubes, Vasco da Gama no Rio, Goiás em Guoiânia, Cruzeiro em Belo Horizonte e Corinthians em São Paulo.

“O Vasco é muito especial porque o estádio fica no meio de uma favela. »

Dúvidas

Apesar de todo o seu conhecimento e habilidade, por ser canadense, Nicolas Gagnon consegue enxergar o lendário chauvinismo do futebol brasileiro. Uma anedota que aconteceu no Grêmio ilustra isso perfeitamente.

“O pessoal joga todas as quintas-feiras à noite e não me convidam até que o organizador, um homem muito obeso que eu não imaginava jogar, me pediu para vir porque estava em uma situação ruim.

“Ele me coloca no time dele e a gente quebra tudo, não tem nem partida. Somos os dois melhores jogadores em campo e eu não sou um grande jogador.

“No final ele me disse que não achava que eu era capaz de jogar futebol e eu lhe disse o mesmo. É aqui que eu aprendo que ele fez a Academia do River Plate”, diz, rindo.

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