Emendas à Constituição | Bielorrussos votam a favor do reforço dos poderes do presidente

(Moscou) Mais de 65% dos bielorrussos votaram, domingo, a favor das emendas constitucionais propostas pelo presidente Alexander Lukashenko, anunciou a Comissão Eleitoral Central desta ex-república soviética.

Postado às 19h45.

A questão sobre a votação diz respeito à aprovação ou não dessas alterações que permitirão fortalecer os poderes de Lukashenko, 67 anos, que governa a Bielorrússia com mão de ferro desde 1994.

O referendo ocorreu quando a vizinha Ucrânia está no meio de uma invasão russa que começou em 24 de fevereiro, com conversas entre russos e ucranianos, anunciadas por ambos os lados, programadas para ocorrer na fronteira bielorrussa.

As agências de notícias russas citaram o chefe da Comissão Eleitoral Central da Bielorrússia, Igor Karpenko, que “65,16% dos eleitores votaram a favor de emendas à Constituição da República da Bielorrússia”.

Segundo ele, 10,07% votaram contra. A taxa de participação foi de 78,63%, segundo a mesma fonte.

Para ser adotado, mais de 50% dos votos tiveram que ser coletados, e um referendo é considerado válido se mais de 50% do eleitorado participou dele.

Entre as mudanças propostas estão a imunidade legal vitalícia para ex-presidentes e a introdução de um limite presidencial de dois mandatos para os sucessores de Lukashenko.

Se a constituição não prescreveu um limite, então esse novo limite para ocupar o cargo de um novo presidente será aplicado, permitindo que Alexander Lukashenko permaneça no poder até 2035 se for reeleito em 2025.

armas nucleares

Na versão revisada, o compromisso da Bielorrússia de permanecer uma “zona livre de armas nucleares” também desapareceu. Este artigo será substituído por um artigo “excluindo agressão militar do território” da Bielorrússia.

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No final de janeiro, os Estados Unidos temiam que essa reforma não permitisse a implantação de armas nucleares russas na Bielorrússia, país que faz fronteira com a Ucrânia e a Polônia.

A reeleição de Alexander Lukashenko para a presidência em agosto de 2020 desencadeou um movimento de protesto histórico nesta ex-república soviética, violentamente reprimido pelas autoridades, que realizaram prisões em massa e liquidações de meios de comunicação e ONGs.

Na Rússia, uma reforma constitucional adotada em 2020 abriu caminho para que o presidente Vladimir Putin permanecesse no poder até 2036.

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