O Copacabana Palace, símbolo do glamour carioca, completa 100 anos

O Copacabana Palace, símbolo do glamour carioca, completa 100 anos

Com sua fachada imaculada que brilha ao sol, o Copacabana Palace, icônico hotel centenário do Rio de Janeiro, continua orgulhosamente de frente para o mar. Em 13 de agosto de 1923, o astro francês Mistinguett causou sensação na inauguração desse símbolo de luxo e glamour no Brasil.

De lá para cá, dezenas de astros planetários, chefes de Estado ou cabeças coroadas já percorreram os suntuosos lounges, as mágicas suítes ou a famosa varanda com vista deslumbrante para a praia de Copacabana, hoje mundialmente famosa. “O Copacabana Palace é mais que um hotel, é uma instituição”, disse à AFP o gerente geral Ulisses Marreiros.

Joséphine Baker, Bob Marley, Freddie Mercury, Madonna, Walt Disney, Brigitte Bardot, Robert De Niro, Nelson Mandela, Rainha Elisabeth II: seus rostos estão expostos em uma galeria de retratos redesenhada especialmente para o centenário, em um corredor com vista para um amplo living sala. O livro de visitas é uma verdadeira relíquia, cuidadosamente guardado em uma maleta. É preciso usar luvas brancas para folhear as páginas repletas de assinaturas ilustres, como a do “Rei” Pelé, que sacou uma bola entrando em um gol de futebol. Foi inaugurado especialmente para a AFP num dos quartos de maior prestígio, uma suite com mais de 100 m2 no sexto andar onde se tem vista para o mar, inclusive da banheira.

Homem obtém informações por meio de um código QR no Hall da Fama do hotel Belmond Copacabana Palace, na Zona Sul do Rio de Janeiro, em 4 de agosto de 2023. O hotel de renome internacional completa 100 anos em 13 de agosto. Foto Mauro Pimentel/ AFP

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falsa apendicite

Projetado pelo arquiteto francês Joseph Gire, o Copacabana Palace é inspirado em hotéis emblemáticos construídos no início do século passado na Riviera Francesa, como o Negresco, em Nice, ou o Carlton, em Cannes. Na época, a Praia de Copacabana estava praticamente deserta, enquanto edifícios altos margeiam o calçadão hoje.

A inauguração deveria ter ocorrido em 1922, centenário da independência do Brasil, mas inúmeros constrangimentos técnicos atrasaram as obras por um ano. Não chega a arrefecer o entusiasmo de Octavio Guinle, o seu fundador, cuja família permaneceu à frente do hotel durante mais de sessenta anos, comprado em 1989 pelo grupo Orient-Express, antes de passar para o seio da LVMH em 2018. Este empresário da alta sociedade brasileira tornou o Copacabana Palace imperdível ao atrair artistas como Edith Piaf, Maurice Chevalier, Ella Fitzgerald e Frank Sinatra para cantar em seu mítico Golden Room.

Enquanto a capital do Brasil ainda estava no Rio (antes de ser transferida para Brasília em 1960), o hotel também era frequentado pela nata da política local. Como o presidente Washington Luis, que em 1928 foi baleado pela amante em um quarto do estabelecimento. Ferido, ele teve que ser evacuado discretamente para um hospital. A assessoria de imprensa da presidência informou posteriormente que ele havia sofrido um ataque de apendicite.

Sabores locais

A tragédia foi mais uma vez evitada por pouco quando Orson Welles jogou uma máquina de escrever pela janela que dava para a piscina em um dia em que a inspiração falhou. Foi nessa mesma piscina que Janis Joplin nadou em seu aparelho mais simples em 1970, o que lhe valeu a expulsão do Copacabana Palace.

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“É um local de encontros políticos e artísticos, que já recebeu celebridades do mundo todo, mas com um charme e glamour bem brasileiros”, disse à AFP o historiador Thiago Gomide.

O príncipe Albert II de Mônaco caiu sob esse feitiço. “Toda vez que ele vem aqui, ele me dá um abraço caloroso”, disse Antonio Francisco dos Santos, funcionário do Copacabana Palace há 28 anos. “Gosta de nadar cedo e depois saborear frutas tropicais, especialmente manga ou açaí, na sua mesa preferida, à beira da piscina, que reservo para ele assim que o vejo chegar”, testemunha esta assistente do gerente do restaurante Pérgula, onde é servido um farto café da manhã, com sabores locais como a tapioca, uma fina panqueca de polvilho.

A piscina acaba de ser renovada, com chapéus-de-sol verde-claro e espreguiçadeiras forradas com almofadas a condizer, com motivos tropicais. A fachada também foi repintada, para recuperar um tom de branco perolado, como era há cem anos. “Queríamos chegar o mais próximo possível da aparência de 1923, sem deixar de utilizar tecnologias de ponta para um sistema de iluminação que realçasse a beleza do prédio à noite”, explica Ulisses Marreiros, que se dá como credo “homenagear o passado enquanto inspira o futuro”.

Com sua fachada imaculada que brilha ao sol, o Copacabana Palace, icônico hotel centenário do Rio de Janeiro, continua orgulhosamente de frente para o mar. Em 13 de agosto de 1923, o astro francês Mistinguett causou sensação na inauguração desse símbolo de luxo e glamour no Brasil.

Desde então, dezenas de estrelas planetárias,…

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