Ouvido por “tentativa de golpe de Estado”, Bolsonaro cala-se diante da polícia

Ouvido por “tentativa de golpe de Estado”, Bolsonaro cala-se diante da polícia

O ex-Presidente brasileiro de extrema-direita Jair Bolsonaro permaneceu esta quinta-feira em silêncio perante a polícia de Brasília, que o convocou para interrogatório sobre o seu alegado envolvimento numa “tentativa de golpe de Estado” para permanecer no poder. poder.

Rodeado de negócios, o ex-chefe de Estado, no poder de 2019 a 2022 na principal potência da América Latina, está mais ameaçado do que nunca por esta retumbante investigação.

Este novo encontro de Bolsonaro com a justiça acontece antes de uma manifestação marcada para domingo em São Paulo.

O líder da oposição, condenado no ano passado à inelegibilidade até 2030 por desinformação, apelou aos seus apoiantes para uma “reunião pacífica” que deverá permitir testar a extensão do seu apoio.

Segundo ele, o fato de não ter acesso a determinados documentos do processo “impede que a defesa tome conhecimento dos elementos pelos quais [son client] foi convocado” para esta audiência que durou apenas meia hora.

Mas os seus advogados garantiram num comunicado de imprensa que o antigo chefe de Estado “não deixaria” de falar com a polícia “quando o acesso [aux documents réclamés] estará garantido, sabendo que sempre atendeu às intimações das autoridades policiais.”

“Sem medo”

Segundo a imprensa local, várias outras personalidades do seu campo, incluindo ex-ministros, também suspeitos, foram entrevistadas pelos investigadores ao mesmo tempo que ele em várias cidades do país.

O site de notícias G1 informa que sete deles também permaneceram em silêncio, incluindo três generais que fizeram parte do governo Bolsonaro.

O ex-presidente mantém sua inocência e diz ser vítima de “perseguição implacável” por parte do governo do presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva, que o derrotou nas eleições de outubro de 2022.

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“Ninguém tentou um golpe no Brasil, essa é a grande verdade”, reiterou Bolsonaro na quarta-feira durante entrevista à rádio CBN Recife.

Embora muitos especialistas acreditem que o risco de prisão é real para este ex-capitão do exército, este “não tem medo porque não cometeu nenhum crime”, garantiu Cunha.

No dia 8 de fevereiro, uma operação policial em grande escala chamada “Tempus veritatis” (a hora da verdade, em latim) teve como alvo vários antigos colaboradores próximos do ex-presidente, com dezenas de buscas e detenções.

Passaporte confiscado

Agora proibido de sair do país, Jair Bolsonaro é suspeito de ter participado num vasto plano que mobiliza sobretudo ministros e militares de alta patente para garantir que permaneceria no poder após as eleições presidenciais de 2022.

Segundo os investigadores, esse plano consistia em desacreditar o sistema de urna eletrônica em vigor no Brasil, ao usar a “desinformação” para “difundir suspeitas de fraude nas eleições presidenciais de 2022 antes mesmo da votação, para legitimar a intervenção militar”.

Outras suspeitas dizem respeito a uma tentativa de “golpe militar para impedir que o presidente legitimamente eleito chegue ao poder”.

Segundo a polícia, Bolsonaro alterou pessoalmente um projeto de decreto que visava convocar novas eleições e prender Alexandre de Moraes.

Este juiz do Supremo Tribunal é a ruína do ex-presidente por ter iniciado uma série de investigações contra ele. Ele agora lidera a investigação sobre um suposto “projeto golpista”.

O decreto acabou não vendo a luz do dia, mas as instituições brasileiras foram abaladas em 8 de janeiro de 2023, uma semana após a posse de Lula, quando milhares de simpatizantes bolsonaristas saquearam lugares de poder em Brasília. O senhor Bolsonaro estava nos Estados Unidos naquele dia.

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O antigo chefe de Estado já compareceu perante a polícia, nomeadamente por suspeita de falsificação de certificados de vacinação contra a COVID-19 ou de alegada apropriação indevida de presentes recebidos de países estrangeiros, em particular joias oferecidas pela Arábia Saudita.

Em junho, foi declarado inelegível por oito anos por divulgar informações falsas sobre o sistema eleitoral.

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